Alzheimer: A psicologia como suporte a família e ao cuidador
A Doença de Alzheimer é uma doença neuro degenerativa e progressiva que acomete principalmente idosos acima de 60 anos e raros casos dos 50 aos 60 anos. Essa doença aflige também aos familiares, que por falta de conhecimento acerca do assunto e suporte psicológico, passam a adquirir um sofrimento intenso e diário.
O aumento da expectativa de vida apontado nas últimas décadas traz consigo também algumas patologias sem cura, como é o caso da Doença de Alzheimer.
Atualmente, pesquisas indicam avanços significativos na luta contra esta patologia, contudo as famílias que possuem um ente querido com esse diagnóstico sentem-se aflitas pelo processo doloroso que essa doença desencadeia.
O problema de memória, bem como as alterações comportamentais resultantes da doença, faz com que os pacientes se tornem ansiosos e repetitivos. Tais aspectos até pouco tempo eram considerados característicos do processo de envelhecimento, porém atualmente é visto e discutido como um problema de saúde pública, abrangendo um espaço significativo nas mídias.
Assim sendo, considerando tal contexto relacionado aos acometimentos que esse diagnóstico traz ao paciente portador da doença e seus familiares e cuidadores, faz-se necessário uma diretriz, ou seja, diversos tipos de acompanhamentos e intervenções, dentre eles, a
Psicologia.
E, como a Psicologia pode intervir e colaborar?
A psicologia, que tem vários olhares sobre o ser humano, a atuação ocorrerá dentro deste contexto de mudanças e sobre dois parâmetros de atendimentos, são eles: Atendimento ao paciente com Alzheimer e atendimento ao familiar e cuidador.
Incialmente, o psicólogo ajudará o paciente a atribuir significados para este momento de sua vida, trabalhará com seus medos e outros sentimentos que surgirão frente à doença e ajudará a re-significar as histórias do paciente, realizando a manutenção de sua identidade. Pode-se ainda estimular as habilidades cognitivas preservadas, incentivar o convívio social e atividades de lazer que lhe causem prazer, tão importantes não só para o paciente como também para aqueles que são responsáveis pelo seu cuidado.
Todavia, é importante destacar que a psicoterapia apenas é indicada para a fase inicial da doença, recomendando-se ainda que as sessões tenham uma maior frequência por duas razões: para que o paciente não se esqueça do psicólogo e para que o vínculo terapêutico seja estabelecido.
Já com os familiares e cuidadores, deve-se trabalhar com psicoterapia e orientação. O primeiro passo é a aceitação de que essa doença, apesar de ser amplamente estudada, ainda não tem cura ou um método preventivo, como uma vacina, por exemplo. Mas, que existem alternativas para retardar sua progressão e trazer maior bem estar e qualidade de vida ao paciente e, consequentemente, mais alívio ao familiar e cuidador.
O segundo passo é tornar esse momento de conversa, uma troca de experiências, de compartilhar angústias, medos e receios como também de orientações acerca do cotidiano do idoso (como, o que e quando fazer). O profissional fornecerá dicas de tarefas diárias que possam facilitar o manejo desse paciente.
Em um primeiro momento, através da família, podemos conhecer um pouco mais sobre o paciente, seu histórico de vida, preferências, aversões, para num segundo momento conhecermos o paciente por ele mesmo, da forma que ele pode e consegue se expressar.
“De acordo com a psicóloga Simone Manzaro, é de extrema importância, que familiares e cuidadores possam de alguma forma frequentar terapia, grupos de ajuda, palestras informativas etc; a informação sobre a doença e o suporte psicológico oferecido são grandes aliados para ajudar ao familiar no controle de suas emoções no dia-a-dia. Dessa forma, este familiar com uma maior compreensão de todos os fatores que podem influenciar sua vida nesta nova condição, podem se organizar melhor, permitindo momentos de lazer, mesmo que sejam poucos, para distrair-se e não adoecer.”
Essa é uma das grandes preocupações da Psicologia, o adoecimento dos cuidadores. Para grande parte, falta informação sobre a doença, para outra, falta colaboração de outros membros da família e tempo para um simples programa de entretenimento.
A colaboração e a empatia de todos são fundamentais. Colocar-se no lugar do próximo e fazer por ele aquilo que desejamos para nós, é mais que um ato de humanidade, é simplesmente sublime!
Nacha Sefora Almeida
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